Comunicação social
Nossas concepções de estudo cultural contextual e a noção crítica diagnóstica serão ilustradas neste capitulo, primeiramente por meio do estudo de alguns filmes de terror e de fantasias que expressam os anseios sociais da classe média e dos trabalhadores numa época de insegurança econômica nos Estados Unidos e no restante do mundo. Veremos que a cultura da mídia apresenta alegorias sociais que expressam medos, aparições e esperanças de certas classes e grupos sociais.
A enorme popularidade dos filmes de terror após a década de 1970 leva a crer que algo está profundamente errado na sociedade americana, e o exame desses filmes poderá ajudar e revelar algo sobre a fonte dos medos contemporâneos.
Os anos 1980 também pertencem à era Reagan Bush, e neste estudo queremos relacionar os anseios sócias da época com a hegemonia conservadora, argumentando que esses fenômenos estão interligados.
Os filmes de terror constituem um gênero a tal ponto reacionário que responsabilizam as forças ocultas pela desintegração social e pela falta de controle da vida desviando assim a atenção dos espectadores das fontes reais de sofrimento social. Contudo, também possibilitam uma crítica radical por apresentarem o sofrimento e a opressão como males causados por instituições que precisam ser reconstruídas.
Filmes como O massacre da serra elétrica, Motel Hell, etc. apresentavam a família como monstruosa, como fonte de monstros, repetindo, assim as críticas feministas à família patriarcal. Mais filmes como Poltergeist mostram o ataque de famílias bondosas por monstros, servindo então como defesa ideológica da família de classe média, o que transcodifica cinematograficamente os discursos conservadores pró-família dos anos 1980.
Poltergeist e ansiedade social
Poltergeist conta as aventuras da família Freeling como o oculto; essa família descobre que sua casa foi construída sobre um cemitério indígena, e que seus