Comunicação Comparada
Eros: um dos três tipos de amor elucidados por Platão, é o responsável pelas paixões, a sexualidade e o erotismo. Esse é o tipo de amor platônico responsável pelos amores efêmeros e as diversas ocasionalidades de amores a primeira vista em nosso cotidiano societal. Ele seria o amor passional, romântico. Mas por que esse tipo de amor estaria ameaçado em nossa sociedade pós-moderna?
Laura Kipnis, em seu livro “Contra o amor” – indicado em nossa bibliografia – nos mostra as primeiras dicas. A autora faz uma crítica ao endeusamento do amor, da instituição do casamento, e da monogamia. Para Laura, atualmente o amor passou a ser visto como a solução para as dúvidas existenciais do ser humano e que a grande expectativa de felicidade que as pessoas depositam no amor complicou – e muito – todos os relacionamentos estáveis. Essa demasiada importância que o amor ganhou foi concebida pela nossa atual civilização do espetáculo – e aqui juntamos nosso segundo livro da bibliografia, de Mario Vargas Llosa – no sentido de que nós hoje somos bombardeados pelos benefícios do amor pela mídia. A publicidade, os filmes, a literature de autoajuda, romances e qualquer conteúdo midiático nos faz uma certa lavagem cerebral para acreditarmos que o amor romântico (eros) é a fonte da felicidade, e não só isso, a solução
para todos os nossos problemas. – ora, desde crianças assistimos à filmes da Disney, por exemplo, que nos fazem acreditar que o príncipe pode solucionar todos os nossos problemas –. Em nossa sociedade moderna, supostamente não podemos ser felizes sem o amor. E claro, em nossa era da exposição, também não podemos deixar de mostrar aos outros que temos o amor em nossas vidas. O que não ama é considerado um estranho, alguém incompleto. Quem não tem amor, um perdedor.
Mas e quando finalmente achamos o amor, o que acontece? Muitas vezes o amor da vida real é incomparável ao amor utópico que nos foi exposto midiaticamente, e o