Comunicação *analise texto
NEGRITUDE* A QUESTÃO DA UNIDADE
(Mukanga, Kabengele. Negritude. São Paulo, Ática, 1986).
São Paulo
2013
Negritude* A questão da Unidade
O movimento da Negritude foi muitas vezes criticado por querer unir artificialmente povos geográficos, histórica e culturalmente diferentes, que se inserem no contexto das civilizações com motivações e destinos econômicos- políticos diversos, ás vezes opostos.
Como é que um negro americano, ou antilhano, guianense, haitiano, cubano, africano etc. poderá conciliar sua negritude de modo uniforme? As diferenças de colonização, a formação de classes sociais e do proletariado não dificultaria a unidade dos negros e o conteúdo da negritude já dentro da própria África?
Se do ponto de vista político, sócio econômico e geográfico não e possível conceber uma unidade entre todos os negros do mundo, histórica e psicologicamente ela pode ser estabelecida.
Na historia da humanidade, os negros são os últimos a serem escravizados e colonizados. E todos, no continente como na diáspora “são vitimas do racismo branco. O nível emocional, essa situação comum é um fator de unidade, expressa pela solidariedade que ultrapassa as outras fronteiras. E, como se sabe, grandes mobilizações políticas e ideológicas podem ser feitas, partindo-se da emoção entre povos diferentes. Não é possível percorrer caminhos paralelos, pois os diversos países onde vivem os negros exigem estratégias e métodos de luta diferentes. Portanto, cada grupo de negros deve adaptar-se e reajustar o conteúdo de sua negritude, respeitando sua especificidade social, econômica, política e racial. A de um cubano, brasileiro, sul-africano e americano não devem ser reduzidas a um denominador comum, apesar da solidariedade. Esta não redução não impede a troca de experiências entre as vitimas e a comparação entre os estudiosos. (Mukanga, Kabengele. Negritude. São Paulo, Ática, 1986).
Diáspora* Dispersão de qualquer povo.