Comunicaçaõ

CAPÍTULO 3 NOVOS MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS: DE “RECURSOS” HUMANOS A “DISCURSOS” HUMANOS?

Denise C. Tatim Pedrinho A. Guareschi

Introdução Esse ensaio tem como tema o chamado modelo estratégico de gestão de pessoas e a emergência dos novos padrões de relações de trabalho no Brasil, em curso desde meados da década de 1980. Discutimos as mudanças do mundo do trabalho, ocorridas no contexto das transformações dos paradigmas de gestão empresarial, as quais são atribuídas às profundas modificações do ambiente de negócios. Entre os fatores freqüentemente citados, destacamse o processo de globalização econômica, as novas tecnologias, em especial nas áreas de comunicação e informática, a maior exigência dos consumidores sobre os produtos e os serviços, a luta dos movimentos sindicais, bem como as expectativas da sociedade em relação a uma conduta sócio-ambiental mais responsável por parte das empresas. Na luta pela sobrevivência frente aos novos padrões de competitividade, nacionais e internacionais, as empresas empreenderam significativas alterações em suas políticas e práticas. A redução de custos e a maior produtividade e qualidade, precisaram ser obtidas através da diminuição dos níveis hierárquicos, do enxugamento dos quadros, da modernização tecnológica e da melhoria contínua dos processos. Em contrapartida, as crescentes pressões exercidas no aspecto de proteção ao meio ambiente, nas reivindicações por melhores condições de trabalho e na exigência de maior responsabilidade social trouxeram consigo a redução de sua flexibilidade de ação. Considerada um fator crítico para a efetivação dessas mudanças, a gestão de pessoas, gradativamente, assumiu um novo enfoque, no qual suas funções tradicionais passaram a estar alinhadas aos objetivos estratégicos da empresa, para favorecer a adaptabilidade das pessoas às mudanças organizacionais e ambientais. Entre as principais características desse modelo estão: a importância atribuída ao empregado, como recurso