Comte E O Positivismo
A idéia de que a ciência e a razão são capazes de captar a dinâmica da sociedade e de que existe uma lei natural regulando seu desenvolvimento vai ganhando força durante o século XVIII e, aos poucos, minando os antigos princípios de autoridade oriundos da tradição e da religião. Neste momento diversos pensadores conservadores, voltados a restabelecer o passado, consideram que o caos e a ausência de moralidade e solidariedade que as sociedades nascidas das duas grandes revoluções revelam eram fruto do enfraquecimento das antigas instituições protetoras, destacadamente a Igreja, que haviam promovido e sustentado a estabilidade e a coesão social anteriores.
“Os conservadores, que foram chamados de ‘profetas do passado’, construíram suas obras contra a herança dos filósofos iluministas. Não eram intelectuais que justificavam a nova sociedade por suas realizações políticas ou econômicas. Ao contrário, a inspiração do pensamento conservador era a sociedade feudal, com sua estabilidade e acentuada hierarquia social (...) o ponto de partida dos conservadores foi o impacto da Revolução Francesa, que julgavam um castigo de Deus á humanidade”
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Os diversos pensadores conservadores ligados ao retorno ao passado, por isso mesmo chamados “profetas do passado”, ansiavam por uma sociedade estável, hierarquizada, fundada em valores familiares, religiosos e comunitários, assim como na ordem, na coesão e na autoridade. Para eles, tal modelo havia chegado ao ápice nas sociedades medievais, começando a declinar com o Renascimento. A nostalgia de uma vida comunitária e familiar, vista então como idílica, e do processo artesanal de trabalho, ambos destruídos pelo novo modo de produção e pela urbanização descontrolada, traduziram-se em críticas à própria modernidade. Paralelamente a essa rejeição ao moderno, tal corrente glorificava a tradição.
Essa percepção, segundo a qual a Europa encontra-se em estado de