Comportamento consumidor
Se dúvidas subsistissem ainda, a tensão vivida no país com a paralisação dos camionistas tê-las-ia dissipado. A extrema dependência dos combustíveis fósseis é, de facto, uma das grandes vulnerabilidades da nossa economia e da nossa sociedade como um todo. O desenvolvimento de Portugal está à mercê de um factor externo, o petróleo, não havendo, como se vê, a possibilidade de accionar um plano B, caso o precioso líquido negro escasseie. O actual choque petrolífero é um aviso à “navegação”, um sinal de alerta para a necessidade imperiosa de mudar os padrões de consumo energético, quer por parte das empresas, quer por parte dos cidadãos em geral. E, neste sentido, a crise que vivemos pode, paradoxalmente, abrir novas janelas de oportunidades para os empresários. É que o futuro passa inequivocamente pela chamada “Economia Verde”, um modelo de desenvolvimento que envolve produtos e serviços que contribuem para a eco-eficiência energética. Exemplos não faltam de negócios verdes, embora para os pôr em prática – e isto é outro sinal dos tempos – seja indispensável o recurso ao conhecimento. A “Economia Verde” exige conhecimento avançado, que é o mesmo que dizer uma aposta na inovação e na investigação e desenvolvimento tecnológico. Ora, isto pressupõe, por seu turno, um empreendedorismo qualificado, algo que a ANJE tem insistentemente defendido como via para o reforço da competitividade do tecido produtivo português. Hoje, os empreendedores têm de estar, intelectual e tecnicamente, qualificados para operar na Sociedade do Conhecimento, o que implica capacidade de inovação, domínio das TIC, competências ao nível da I&DI e consciência das responsabilidades sociais que a actividade empresarial encerra. Para adquirir “brainware” no promissor campo dos eco-negócios, os empreendedores devem cuidar da sua formação, gizar uma estratégia de negócio consistente e