Complexidade e Liberdade
A complexidade nos convoca para uma verdadeira reforma do pensamento. A compreensão e a busca para entender um mundo que se “autoproduz” dá um novo sentido a ação, mostra que com a complexidade das coisas que estão ao nosso redor ganhamos a liberdade de entender melhor como o mundo funciona. O que se pode confirmar é que a ciência não é exata. Ela se baseia, seguramente, numa série de certezas local e espacialmente situadas. A ciência é de fato um domínio de múltiplas certezas e não da certeza absoluta.
ORDEM, SEPARABILIDADE E LÓGICA: OS PILARES DA CIÊNCIA CLÁSSICA.
A ciência clássica se apóia nos três pilares da certeza, que são a ordem, a separabilidade e a lógica, que são fundamentos absolutos. A idéia do determinismo absoluto tornou-se objeto de uma crença quase religiosa para os cientistas. A ordem do universo era entendida como produto da perfeição divina para Descartes e Newton; já para Laplace, a hipótese de Deus é descartada, para ele a ordem se consolidava sozinha, é “autoconsolidada”. Para a idéia de separabilidade é preciso entender que conhecer é separar. Quando se tem um problema difícil de resolver, é preciso que haja uma divisão de seus fragmentos para que eles sejam trabalhados individualmente, um após o outro. Dessa forma, surgirá as disciplinas cientificas que são fruto da divisão das grandes ciências, que acaba gerando compartimentos sempre novos. Pode-se dizer que a separação entre ciência e filosofia e, mais amplamente entre ciência e cultura humanista, está instituída em nosso século como uma necessidade legítima.
Nas ciências, a separação entre observador e sua observação tem valor de certeza absoluta. O conhecimento cientifico, objetivo, implicava a eliminação do individuo e da subjetividade.
O terceiro pilar é a lógica, a indução. Com base em numerosas e importantes formas de observação pode-se tirar e concluir leis gerais. Quanto à dedução, era um meio implacável de conduzir à