Comparação entre o imc e as dobras cutâneas na identificação do sobrepeso
DO SOBREPESO
Elder Alves Santana Freire1
Eduardo Adrião de Araújo Silva2
RESUMO
O objetivo deste estudo foi verificar a precisão do IMC na identificação do sobrepeso em avaliações físicas realizadas em academias, bem como quantificar os resultados falso positivos e falso negativos da comparação do IMC com o percentual de gordura obtido pelas dobras cutâneas. A amostra foi composta de 2653 indivíduos, sendo 1016 homens e 1637 mulheres com idade entre 18 e 60 anos, de uma academia situada na região central de Cuiabá-MT. O método utilizado para comparação dos resultados foi a equação de avaliação corporal de três dobras cutâneas, conforme Jackson & Pollock.
Os resultados indicaram uma correlação moderada positiva entre os dois métodos, no entanto o coeficiente de variação apurou o IMC como menos sensível às alterações da composição corporal.
Os resultados do IMC apresentaram 30,4% falso positivos na identificação de homens sobrepesados e 3,7% em mulheres, enquanto os resultados falso negativos corresponderam a 3,7% da amostra masculina e 17,3% da feminina. Com base no levantamento realizado, a utilização do IMC como instrumento de avaliação no âmbito da academia pode vir a gerar resultados falsos e comprometer a prescrição das atividades.
Palavras chave: IMC, dobras cutâneas e sobrepeso.
INTRODUÇÃO
Em face das grandes mudanças ocorridas nos hábitos alimentares e nos níveis de atividade física das pessoas no mundo, a quantidade de indivíduos obesos ou com excesso de peso aumentou significativamente nas últimas décadas (OPS,
2003). No Brasil, segundo pesquisa realizada pelo IBGE em 2008-2009, 49% da população adulta, acima de 20 anos de idade, está com excesso de peso e 14,8% encontra-se em algum nível de obesidade. Constituindo assim uma preocupação para a área da saúde em nível mundial (MATHIAS apud REPETTO, 1998), pois o acúmulo excessivo de gordura corporal contribui para o