Comparação entre Auto da Compadecida e Auto da Barca do inferno
Tendo como base o teatro medieval que era apresentado nas igrejas, praças e mais tarde em carroças, vindo a ser encenado pelo próprio público em certa altura de seu desenrolar, com seus temas de caráter religioso e tom popular imitando o cotidiano, o objetivo deste trabalho é o de comparar duas obras, Auto da Compadecida e Auto da Barca do Inferno, ambas medievais, cada qual com suas particularidades e semelhanças, e apontar como cada autor utilizou-se de seus personagens e cenários para identificar elementos do mundo externo ao interior de suas peças.
2- Os Autores
Ariano Suassuna
Filho de Cássia Villar e João Suassuna, Ariano Vilar Suassuna nasceu em 16 de Junho de 1927, em João Pessoa. Ao entrar para a faculdade, junto com Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sal, foi escrita em 1947.
Em 1950 se formou em direito. Em 1955 escreveu a peça Auto da Compadecida. Em 1956 interrompeu sua carreira em advocacia para assumir o cargo de professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. Entre 1958 e 1979 arriscou-se em produzir obras de ficção. É membro da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Faculdade Federal do Rio Grande do Norte.
Gil Vicente
Nascido, provavelmente em Guimarães, Portugal, por volta de 1465, Gil Vicente é considerado um autor de transição entre a Idade Média e o Renascimento. Suas peças, pertencentes ao teatro medieval, são de cunho religioso.
Foi animador dos serões da corte. Escreveu, encenou e representou mais de quarenta autos. Seu primeiro auto, “O Monólogo do vaqueiro”, de 1502, foi representado por ele mesmo na câmara da rainha em comemoração ao nascimento do príncipe Dom João.
Gil Vicente classificava suas peças nos seguintes grupos: obras de devoção, farsas e comédias. Sua última obra foi “Floresta de Enganos”, de 1536, e supõe-se que esse seja o mesmo ano de sua