Companhia de jesus
Os Colégios dos Jesuítas e o estilo parisiense
Jerónimo Nadal (reitor e professor de hebreu no Colégio de Messina) pode ser com plena justiça, considerado o fundador da pedagogia dos jesuítas, porque foi ele que, inspirando-se no modus parisiensis, estabeleceu as bases sobre as quais devia repousar todo o edifício escolar da Companhia de Jesus.
Uma vez organizado o método pedagógico dos jesuítas, ele se impôs em todos os colégios mantidos pela Companhia de Jesus através da Europa e nas missões do Extremo Oriente e das Américas, inclusive no Brasil. Desse modo, na Bahia, Pernambuco, Maranhão e no Pará, no fim do século XVII e no início do século XVIII, já se ministravam cursos segundo o modo parisienese que se caracterizava por nítidos traços, quanto à maneira de se ensinarem as letras em Paris na primeira metade do século XVI. Essa pedagogia parisiense incluía elementos referentes à composição das classes, ao método didático, aos estímulos escolares e ao cultivo da piedade e das letras. As classes eram o agrupamento de alunos da mesma idade e do mesmo nível de instrução.
Os colégios parisienses, desde o início do século XVI, passaram a adotar o sistema de classes proposto por Montaigu, devendo observar-se que o termo classis ó se aplicava ao estágio da letras humanas. Foi justamente por se ensinarem nelas as letras gregas e latinas que estas passaram a ser denominadas clássicas. As classes foram designadas pela numeração empregada em Paris, por isso, em vez de se falar de aula de latim ou aula de grego, de gramática ou de retórica, recorrendo-se ao nome da disciplina, falava-se de primeira classe, de quinta classe, etc. Cada classe tinha um programa de estudo e a passagem de uma para a outra fazia-se por meio de exame. A instituição das classes, tal como surgiu em Montaigu, remontava às escolas dos Irmãos da Vida Comum.
O método didático parisiense, por sua vez, constituiu-se na base dos processos escolásticos da expositio ou lectio e