Companhia de Jesus
O lema da nova congregação é "defender e proteger a fé", visando-se o progresso espiritual dos fiéis. Para isso acentua-se o apostolado sacerdotal, caracterizado por uma grande mobilidade e capacidade de adaptação dos seus membros às contingências do mundo exterior. Para além dos três votos solenes (pobreza, castidade e obediência), alguns jesuítas pronunciam um quarto, o de obediência especial ao papa como chefe da Igreja e vigário de Cristo. Com uma hierarquia centralizadora, a Ordem é governada por um prepósito geral (cargo máximo dos jesuítas), eleito pela Congregação Geral, única e plena autoridade legislativa. A estrutura da Companhia é composta por noviços, coadjutores espirituais e professos.
A defesa da reforma católica por teólogos jesuítas no Concílio de Trento (1545-1563) demonstra bem o contexto da época em que nasceu a Companhia de Jesus: a Contrarreforma católica em oposição à Reforma Protestante encetada por Lutero em 1527. Combater a Reforma e formar teólogos e padres capazes de combater as novas adversidades do século XVI são alguns objetivos que norteiam a aprovação papal das propostas de Sto. Inácio. Canisius e Acquaviva são alguns dos grandes nomes jesuítas desses tempos conturbados. A Companhia consegue também delinear uma espiritualidade própria, com a contemplação no mesmo plano que a meditação, a par do exame de consciência. Criam-se, ao mesmo tempo, por toda a Europa e Índia, estabelecimentos pedagógicos da Ordem, gratuitos no início, direcionados quer para a formação do clero quer para a educação e