Como Vencer Um Debate Sem Precisar Ter Raz O
Arthur Schopenhauer
Acabei de ler Como Vencer um Debate sem Precisar Ter Razão Em 38 Estratagemas (Dialética Erística), de Arthur Schopenhauer, com comentários de Olavo de Carvalho. Schopenhauer deixou essa curta obra inacabada. Foi publicada depois de sua morte. A edição brasileira traz longos comentários de Olavo de Carvalho. A quantidade de texto de Olavo e de Schopenhauer na edição é praticamente a mesma.
Esse catálogo de trapaças em debates é bastante útil e interessante. A ideia não é ensinar o leitor a trapacear, mas prepará-lo para se defender das argumentações desonestas de seus adversários em debates. Cito alguns Estratagemas de que gostei mais. O Estratagema 38 é o Argumentum ad Personam, ou seja, xingar o adversário quando não se tem mais o que dizer. O Estratagema 36 é o Discurso Incompreensível, muito popular. O Estratagema 32, Rótulo Odioso, é aquele que chama de “fascistas” (ou “racistas”, ou “homofóbicos”, ou “elite”, dependendo do caso) todas as pessoas que discordam do debatedor. O 14, a Falsa Proclamação de Vitória, também é bastante usado quando os argumentos acabam. Outro Estratagema curioso é o 2, a Homonímia Sutil, em que se usa a mesma palavra que o adversário usou, mas com um sentido diferente do pretendido por ele, para contestar algo que ele não disse.
Comprei o livro em 2006 e comecei a ler pela parte que mais interessava, os estratagemas. Enrosquei no Estratagema 4 e larguei. Resolvi ler de novo recentemente e, para não enroscar novamente, comecei pelo Estratagema 38 e vim voltando até o Estratagema 1. Quando terminei essa parte, li os comentários finais do Olavo e depois os do Schopenhauer, para depois ler a introdução do Olavo e a do Schopenhauer.
Segundo Olavo, Schopenhauer pretendia fazer uma crítica a Hegel. Com a morte de Hegel, o filósofo deve ter perdido a motivação para concluir o livro e abandonou o texto.
Embora Olavo reconheça o valor do texto em si e das teorias de