Como maquiavél separa política de filosofia ética
Logo, não é algo congênito ao ser humano, e sim algo pressuposto anteriormente.
Para Maquiavel, como fica claro em seu livro O Príncipe, a ética política deve ser completamente separada da filosofia ética, da ética pessoal. O político deve agir de acordo com a ética da responsabilidade, que é a única ética compatível com o espírito republicano.
A frase que melhor definiria sua linha de pensamento “os fins justificam os meios“, serve de base para a explicação de suas teorias. O Estado tem a função da manutenção do bem da pátria e da comunidade, podendo praticar qualquer tipo de violência seja aos seus cidadãos, como a outros Estados, desde que a haja uma justificativa em um julgamento posterior. Essa teoria já não seria cabível à filosofia ética.
Segundo o pensador, o mais importante em um reinado é manter o reinado, não importando o meio, desde que o mesmo seja eficaz. A religião, a ética e todo o resto nada tinham a ver com esse princípio. A principal característica de um político é sempre ser firmemente calculista, e não ético, a não ser que a ética assegure, de alguma forma, seu poder.
Na política, a base não deve ser a jurisprudência, mas sim a coerência. Sua linha de raciocínio deve ser livre de qualquer moral antes estabelecida, ela deve ser quase cirúrgica. Como pode inclusive ser observado explicitamente em um trecho de seu texto estudado: “os povos revoltados devem ser amputados antes que infectem o Estado