Como funcionam os créditos de carbono?
A negociação dos créditos de carbono é um dos mecanismos a que os países recorrem para reduzir numericamente as emissões dos gases que causam o efeito estufa e cumprir as metas do Protocolo de Kyoto. Como isso é feito? Por meio de uma troca. É como se cada país pudesse liberar na atmosfera uma determinada quantidade de gases. Alguns não atingem esta meta, e podem vender créditos de carbono. Outros têm uma atividade industrial tão poluidora que superam este limite e, por isso, compram créditos de quem polui menos ou possui áreas de floresta conservada.
Sendo assim, uma empresa brasileira, por exemplo, pode desenvolver um projeto para reduzir as emissões de suas indústrias. Esse projeto passa pela avaliação de órgãos internacionais e, se for aprovado, é elegível para gerar créditos. Nesse caso, a cada tonelada de CO2 que deixou de ser emitida, a empresa ganha um crédito, que pode ser negociado diretamente com as empresas ou por meio da bolsa de valores. "Porém, os países só podem usar esses créditos para suprir apenas uma pequena parte de suas metas", explica Kenny Fonseca, professor do Departamento de Análise Agroambiental da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador associado da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
O comércio de créditos de carbono está em pleno desenvolvimento, principalmente por causa do chamado mercado voluntário. Nele, mesmo países que não precisam diminuir suas emissões ou que não assinaram o Protocolo de Kyoto podem negociar créditos. Segundo um relatório divulgado por duas organizações americanas do setor de mercado ambiental, Ecosystem Marketplace e New Carbon Finance, em 2008 o mercado voluntário de carbono movimentou 705 milhões de dólares, por um preço médio de 7,34 dólares por crédito de carbono. Kenny explica que o Brasil é um dos países que mais formulam projetos que geram créditos de carbono e que a expansão desse mercado é inevitável. "É muito difícil para os