Como era o Brasil de Tiradentes
Para Portugal, a grande fonte de riqueza no Brasil era o ouro, os diamantes e outros minerais preciosos, que no século anterior (o XVII) haviam substituído o açúcar como principal produto do país. Nessa época, todo o subsolo brasileiro era propriedade da coroa portuguesa, que, além de autorizar a busca e a lavra, cobrava numerosos tributos. Um desses tributos era a capitação, calculada, como o nome indica, pelo número de cabeças, ou seja, o número de pessoas dependentes de um senhor. Na prática, eram inúmeras as formas de calcular imposto. Uma delas, por exemplo, era contar as bateias empregadas na lavra. Por meio desses cálculos, chegava-se a um peso em ouro que devia ser entregue a Portugal no fim do ano. O sistema era odiado, pois nem sempre as minas produziam o suficiente para pagar a capitação, problema que se agravou quando as jazidas começaram a se esgotar. Por exemplo: as câmaras de Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto), Sabará e Carmo garantiram à coroa uma captação de cem arrobas de ouro (1.500 quilos mais ou menos). Como a certa altura os pagamentos efetuados pelos mineradores não atingissem esse total, decretou-se uma derrama, ou seja, cobraram-se cotas extras nas três vilas a fim de completar a capitação. A derrama também era usada para cobrar impostos