Como avaliar queda em idosos.
A instabilidade postural com a ocorrência de quedas é uma característica do processo de envelhecimento e constitui desafio na medicina geriátrica. A elevada incidência de fraturas reforça esta afirmativa, mas o trauma é apenas uma das seqüelas da falta de equilíbrio: muitos idosos com quedas convivem diariamente com o medo de cair, limitando progressivamente suas atividades. Além da elevada morbidade (secundária às fraturas, traumas, dor e incapacidades), há aumento expressivo da mortalidade em idosos com quedas freqüentes. Muitos episódios sem causas evidentes são premonitórios de doenças agudas: a queda nestes casos se manifesta como sintoma prodrômico de eventos agudos como pneumonia, infecção urinária e insuficiência cardíaca. Daí ser considerada como um dos "gigantes da Geriatria", por ser manifestação atípica de doenças agudas ou estar relacionada às comorbidades ou à polifarmácia e iatrogenia.
Muitas vezes as quedas não são relatadas espontaneamente, devendo ser interrogadas na anamnese geriátrica. São diversas as causas, intrínsecas ou extrínsecas (ambientais), geralmente de etiologia multifatorial, sobretudo nos muito idosos. O equilíbrio postural depende do perfeito funcionamento e da integração do sistema nervoso central, do sistema sensorial, do estado hemodinâmico e do sistema osteoarticular. Dentro deste conceito, o
"cair" pode ser a manifestação de problemas nestes sistemas ou estar relacionado a fatores extrínsecos.
Os fatores de risco intrínsecos são: Fatores hemodinâmicos: hipotensão ortostática / arritmias cardíacas / hipersensibilidade do seio carotídeo / lesões valvares / estados de hipovolemia; Uso de drogas: hipotensores / antiarrítmicos / hipnóticos / ansiolíticos / neurolépticos / hipoglicemiantes / antidepressivos / antiParkinsonianos / anticonvulsivantes; Doenças neurológicas: lesões expansivas intracranianas / hidrocéfalo de pressão normal / doenças cerebrovasculares /