Comida tipica baiana
Nina Pinheiro Bitar
Mestranda PPGSA / UFRJ
Resumo: Ao pensarmos a comida como uma categoria social e culturalmente construída, a proposta deste trabalho é de procurar refletir em que medida a noção de “patrimônio cultural” assume um significado de maior amplitude, se aliada às possíveis leituras sociais e simbólicas que as categorias culinárias podem oferecer. Pretendo discutir o registro do
“ofício das baianas de acarajé”, tal qual “patrimônio cultural brasileiro”, pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Pode-se dizer que a alimentação assume o valor de ser um elemento que constitui subjetividades individuais e coletivas e, por conseqüência, aparece como uma importante fonte de interpretação antropológica.
Palavras-chave: antropologia da alimentação, patrimônio e identidade.
1
Trabalho apresentado na 26ª. Reunião Brasileira de Antropologia, realizada entre os dias 01 e 04 de junho,
Porto Seguro, Bahia, Brasil.
1
Introdução
Embora o ato de comer seja usualmente compreendido como uma simples satisfação de necessidades fisiológicas, a comida pode ser pensada como uma categoria social e culturalmente construída. Podemos problematizar os seus usos e significados ao abordar a comida enquanto uma categoria de pensamento 2.
A proposta deste trabalho
3
é refletir sobre como a noção de “patrimônio cultural”
assume um significado de maior amplitude, quando aliada às possíveis leituras sociais e simbólicas que a comida pode suscitar. Seguindo este caminho, pretendo pensar a articulação entre “comida” e “patrimônio cultural”, mais especificamente a configuração desse trânsito no caso específico do processo de registro do “ofício das baianas de acarajé” como “patrimônio cultural brasileiro” pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional).
Podemos ler a conceituação de “patrimônio imaterial” no site da