Comex
Aceito para publicação em Tempo Social – Revista de Sociologia da USP – volume 16, nº 2 – no prelo
Ricardo Abramovay*
Resumo: A principal característica da Nova Sociologia Econômica, que ganha prestígio crescente nos Estados Unidos e na Europa, é estudar os mercados não como mecanismos abstratos de equilíbrio, mas como construções sociais. Esta orientação, longe, entretanto de opor-se aos procedimentos da ciência econômica é também partilhada por alguns de seus mais importantes expoentes. É bem verdade que a economia contemporânea faz jus à reputação tão difundida de ciência cinzenta, mecânica e incapaz de incorporar preceitos éticos a seus pressupostos. Mas parte importante e cada vez mais significativa da disciplina volta-se justamente ao estudo de formas concretas de interação social e coloca em dúvida as motivações puramente egoístas e maximizadoras postuladas axiomaticamente pela tradição neoclássica. Entre estas correntes destaca-se a Nova Economia Institucional, cujos temas são objeto também da Nova Sociologia Econômica. Apesar de suas diferenças de abordagem, ambas contribuem a evitar que mercados sejam encarados como soluções mágicas a todos os problemas sociais ou como formas diabolizadas de interação que a emancipação humana acabará um dia por suprimir.
Palavras-chave: Nova Sociologia Econômica; Nova Economia Institucional; interação social; mercados; interdisciplinaridade.
Abstract: The main characteristic of New Economic Sociology, which has been mor and more prestiged in the USA and Europe recently, is to study markets as social constructions rather than as abstract balance mechanisms. Far from opposing to economic science procedures, this trend is shared by some of its most influential exponents. It is true that contemporary economics corresponds to the widely believed reputation that it is a grey and mechanical science, unable to incorporate ethical principles to