Comentários do texto: “Amor e Criatividade" Sônia Viegas
370 palavras
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A autora busca nos mitos a sua inspiração fundamental, na tentativa de neles perceber o que nos evocam em termos do sentido do amor, das possibilidades criativas do amor, e das principais confrontações eu o amor ou necessidade de amar nos impõe. O amor e a criação andam juntos, de mãos dadas: sem amor não há criação; sem criatividade não há amor. Éros --> Diante do desejo irrefreável sentimos medo. É um desejo que não dá pra segurar. Pode-se até não concretizá-lo, mas é impossível deixar de desejar, ainda que sem essa concretização. Segundo Hesíodo o amor é fonte de criação e força fundamental do mundo. Nesta conferência Sônia concede mais ênfase ao mito de Éros e Psyché. Esta última significa alma em grego, é na nossa Psyché que guardamos o reflexo das coisas e o reflexo do outro. O amor é uma força mobilizante, é uma força desejante, é uma força unificadora, é uma força agregadora, é uma tentativa de saída de si, de saída o entorpecimento, é uma tentativa de reconhecimento da própria incompletude, carregada de ameaça, carregada de sofrimento. O amor não é apenas relação com o outro; o amor é uma espécie de relação com o próprio mundo; o amor é uma vinculação com a realidade. Imortalidade, centramento e êxtase são as três características básicas da unidade indiferenciada que é o Cháos, ou o Paraíso, como quer que se chame, ausência de amor, ausência de mobilidade, ausência de criação. A maneira de levar a vida, a maneira de lidar com os objetos, de lidar com a realidade, define a maneira de ser com o outro, define o medo, define uma ameaça ou define uma possibilidade. Essa possibilidade de transfiguração do mundo, de revelação do mundo é um estado de disponibilidade, de abertura, que só o ser amoroso consegue desenvolver. Diante de uma tradição que nos ensina o amor ao próximo, o amor indiferenciado, o amor quase desesperado, o amor que não tem objeto definido, amor que exige uma doação sem limites, mas também amor que não ameaça, o