Comentario ao filme "Whose life is anyway"
O filme Whose life is it anyway trás para discussão um dos grandes dilemas morais, nomeadamente a eutanásia. Isto é, será que o ser humano é proprietário da sua vida?
Como podemos ver ao longo do filme, este será o dilema que será apresentado e que entra em profundo confronto com o juramento de Hipócrates, ou seja, o juramento que todos os profissionais médicos prestam, nomeadamente, o de tentar, a qualquer custo, salvar os pacientes. Por outras palavras, utilizar os meios hospitalares necessários para salvar uma pessoa que sofreu um acidente de automóvel e ficou tetraplégico, inclusive “prendê-lo” no hospital, levanta a questão: será legítimo prolongar indefinitivamente a vida a um ser humano, que considera que a sua vida acabou?
O princípio do respeito da autonomia pessoal, geralmente, aceite pela sociedade, contudo este princípio levanta alguns dilemas morais, nomeadamente quando a “self-autonomy” colide com a lei, medicina e até a filosofia.
Por exemplo o filme apresenta-nos, o hospitalizado, Ken Harrison que sofreu um acidente rodoviário que o deixou permanentemente tetraplégico. Ao reflectir sobre a vida que viria a ter, Ken decide que prefere a morte. Apesar de o psiquiatra confirmar que o paciente se encontra de perfeita saúde mental, o médico recusa-se a deixá-lo sair do hospital, por saber o que isto significaria. Tomando como principio o do respeito pela autonomia, o médico deveria ter respeitado as intenções de Ken, contudo este princípio da autonomia pessoal colide com a medicina, nomeadamente, com o juramento de Hipócrates .
Como Ken diz a certa altura “ a crueldade não reside no facto de permitir que alguém morra, mas reside sim em retirarmos essa hipótese ao homem em questão”, ou seja, Ken refere-se ao roubo da sua autonomia e da sua dignidade.
Kant escreveu que um elemento crucial da moral identitária do homem é a sua liberdade, ou seja, segundo Kant o que os médicos estão a fazer com Ken é a