COLÔMBIA: Guerrilha, Repressão e Narcotráfico
A Colômbia é um país do qual se pode dizer que vive em permanente estado de guerra civil, como bem descreve o livro de Gabriel Garcia Marques, Cem anos de solidão. As atrocidades cometidas por todos os lados em luta sempre estão nas manchetes dos jornais, como o recente “colar-bomba” colocado em uma proprietária rural, que acabou por matá-la junto com um soldado que tentava desarmá-la. Para entender o caos que assola o país, é necessário voltar à época da colonização e ao processo de independência e fundação da república.
O território colombiano foi conquistado a partir de 1536 por capitães espanhóis. Como colônia, esse território pertenceu ao Vice-Reino do Peru até 1718, quando foi transformado no Vice-Reino de Nova Granada. Os indígenas, seus habitantes - especialmente os chibchas - uma etnia de agricultores e mineiros, foram reduzidos à obediência mediante sistemas extorsivos de tributos de trabalho (mitra e encomienda). Suas culturas e coletas tradicionais foram substituídas pelas grandes plantações destinadas à exportação, como café, banana, algodão e tabaco.
Simón Bolivar, herói da luta contra a autoridade espanhola, tinha uma visão ampla do futuro e ideais de integração hispano-americana. Para ele, somente estados fortes e grandes seriam capazes de influir na política internacional. Quando da independência da Colômbia, em 1819, Bolivar convocou o Congresso de Angostura onde foi constituída a Grande Colômbia, federação que compreendia a Venezuela atual, Colômbia, Equador e Panamá. Em 1830 a Grande Colômbia foi dissolvida e com ela o fracasso do grande projeto unionista do libertador. Os anteriores territórios constituíram-se em nações soberanas. Em 1886 é aprovada a Constituição Unitária da Colômbia, que passa a se chamar República da Colômbia.
O século XIX não foi tranqüilo para a América Latina, muito menos para a Colômbia que sofreu intermináveis guerras civis. Durante boa parte do século, a Colômbia foi dilacerada por uma guerra