collage
Paulo Bruscky é um artista contemporâneo, brasileiro, que vive e trabalha em Recife. Esteve voltado, desde os anos 70, para as ações de vanguarda e do experimentalismo. Foi pioneiro no Brasil, na arte-xerox e fax, arte postal, vídeo arte, xerox filme e na arte em outdoors. Através de sua arte ele confrontou o ambiente repressor da ditadura não só do Brasil, mas da América do Sul em geral. Pela arte postal, ele denunciava a censura da ditatura militar brasileira. As correspondências eram enviadas para diversos artistas de outros países. Por conta de seu trabalho, ele chegou a ser preso três vezes. O artista optou por não deixar sua cidade natal, Recife, mesmo que isso o deixasse geograficamente fora do eixo da arte no Brasil (Rio – São Paulo). Mas isso não foi empecilho para divulgação e reconhecimento de seu trabalho no Brasil e no exterior. Ele mantinha contato com outros artistas e grupos da América do Sul, o que ajudava a promover seu trabalho e deixá-lo a par de novas técnicas e notícias do campo artístico. Além disso, em 1981, Bruscky recebeu a bolsa Guggenheim de artes visuais e morou um ano em NY. Sua parceria com Daniel Santiago durou dezesseis anos, a dupla propôs vários projetos e fizeram juntos livros de artistas inovadores. Dentre os títulos, destacam-se: Outra Pedra de Rosetta, feito de folhas de revistas recortadas mudadas de contexto e encadernadas; e ComoLer, feito de massa de pão e comido em seu lançamento, acompanhado de manteiga e café. Paulo Bruscky me remete à ideia de tempo e arte, devido a seu trabalho com performances e sua participação com a Arte Postal. Ao mesmo tempo que suas performances e intervenções urbanas foram transitórias – no sentido em que somente as pessoas que estavam lá as presenciaram – elas foram muito fotografadas, permanecendo até hoje como obra. Em seus trabalhos de Arte Postal vejo o tempo ligado à questão da quebra de fronteiras que ele conseguiu, seu trabalho rodou por diversos