colera
O agente etiológico da cólera foi descrito em 1854 por Pacini e isolado em 1884 por Robert Koch no Egito e na Índia. Koch ao analisar amostras de fezes de Vítimas da doença, observou um bacilo em forma de vírgula que fora inicialmente Denominado de Comma bacilli (Koch, 1894, Faruque et al., 1998, Sack et al., 2004). Atualmente, dois sorogrupos de V. cholerae são conhecidos como Responsáveis pelas maiores pandemias e epidemias de cólera: O1 e O139 (Sack et al., 2004). O V. cholerae pertence à família Vibrionaceae, gênero Vibrio (Thompson & Swings, 2006). Este gênero compreende mais de 80 espécies (Thompson et al., 007). As espécies pertencentes a esta família são bacilos retos ou curvos, móveis por meio de flagelo polar, quimiorganotróficos e anaeróbio facultativo, apresentando metabolismo oxidativo e fermentativo. O oxigênio é o aceptor universal de elétrons durante a respiração. A maioria das espécies desta família é oxidase positiva. Todos utilizam a D-glicose como principal fonte de carbono e energia e a maioria utiliza sais de amônio como fonte de nitrogênio. Não formam endosporos nem microcistos (Brenner et al., 2005). O V. cholerae é uma bactéria Gram-negativa, aeróbio ou anaeróbio facultativo, que, morfologicamente, apresenta-se como bastonete reto, curvo ou levemente encurvado, monotríquia polar e medindo de 1,4 a 2,6 µm de comprimento e 0,5 a 0,8µm de diâmetro (Figura 2) (Faruque et al., 1998). Requer baixas concentrações de Na+ (5–15 mM) ou nenhum Na+ para crescimento em meios de cultura (Brennder et al., 2005). Classicamente, apresenta as seguintes características em testes bioquímicos: positivo para os testes de lisina e ornitina dexcarboxilase, fermentação de glicose, sacarose e manitol, teste da oxidase positivo e teste de Voges-Proskauer (VP) positivo (Kaper et al., 1995). A classificação antigênica do V. cholerae é baseada na estrutura Polissacarídica do antígeno somático termoestável “O”