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Os políticos eram retratados como sendo mesquinhos, ignorantes ou corruptos (caso de Sousa Neto e do Conde Gouvarinho). Gouvarinho é retratado como dotado de má memória e sem fundamentos para as suas opiniões.
A crise económica do país é referida pela boca de Cohen (“o país vai num golpezinho muito seguro e a directo para a bancarrota”). Os homens de letras são retratados como boémios e dissolutos, distantes da realidade concreta (como é o caso de Alencar e de Ega). Os jornalistas são retratados como boémios, corruptíveis, sensionalistas, vivendo da calúnia e do suborno. As mulheres são retratadas como fúteis, adúlteras e imorais (Condessa Gouvarinho, Raquel Cohen). E claro, os novos burgueses, representados na pele de Dâmaso, como figuras ridículas que, sem se conseguirem adaptar à alta sociedade alfacinha, caem num insignificante novo-riquismo.
Através da crítica social, Os Maias também nos apresentam Lisboa, que se dissolve no espírito insalubre dos seus habitantes, incapaz de se regenerar, de mudar, de evoluir, de acompanhar a tendência do século.A crítica social n’Os Maias é dotada de um carácter muito pessimista. É retratada a mediocridade cultural de uma sociedade que quer aparentar ser civilizada e cosmopolita (simultaneamente não tem orgulho de si mesma, não valoriza o que é seu, nem adapta a si o que importa). Para além da crítica social tecida através da educação, também os responsáveis pela mesma são retratados como culturalmente limitados: Sousa