Coccidioidomicose
Coccidioidomicose
Maria José N. Diógenes • José Júlio C. Sidrim • Maria Auxiliadora
ASPECTOS HISTÓRICOS
A coccidioidomicose é uma infecção sistêmica, predominantemente pulmonar, que acomete o homem e uma grande diversidade de animais, sendo causada por fungos do gênero Coccidioides. A doença, também conhecida como micose do Novo Mundo ou febre do vale (valley fever) foi descrita pela primeira vez em 1892, na Argentina, por Alejandro Posadas, em paciente com múltiplas lesões crônicas na pele.
A etiologia da coccidioidomicose, no entanto, foi revelada apenas em 1900, por William
Ophüls e Herbert C. Moffit, que observaram a formação de micélio fúngico em culturas de tecido de um paciente.
Até 1929, a coccidioidomicose era conhecida apenas em sua forma disseminada, a qual era conhecida por granuloma coccidioidico. A partir de então, foram descobertos casos da forma benigna da doença, caracterizada por sintomas pulmonares agudos e eritema nodoso em pacientes oriundos da região do Vale de San Joaquin, na Califórnia, Estados Unidos. Desde então, o termo coccidioidomicose
B. Fechine
foi proposto para todas as formas clínicas da patologia. O primeiro caso de coccidioidomicose no
Brasil foi descrito por Gomes e cols., em 1978, em paciente natural de Pirapiranga, região do semiárido do estado da Bahia. Um ano depois,
Vianna e cols, descreveram o segundo caso autóctone da doença em paciente originário da cidade de Floriano, no estado do Piauí. Ainda que os primeiros casos autóctones de coccidioidomicose tenham sido descritos no final da década de 1970, a doença só foi novamente relatada aproximadamente 18 anos depois, por Kuhl e cols., em caso ocorrido em 1989, acometendo paciente provindo do município de Jaguaribara, no estado do Ceará. Em 1995,
Diógenes e cols. realizaram inquérito epidemiológico com esferulina em 87 moradores de
Jaguaribara, obtendo índice de reatividade de aproximadamente 12% e sugerindo, pela primeira