cocaina e mulheres
Com o aumento da procura de tratamento por pacientes do sexo feminino foram verificadas características diferenciais, próprias desta população. O consumo de álcool e drogas em mulheres carrega um estigma social e moral mais intenso, as mulheres costumam procurar tratamentos médicos clínicos gerais ao invés de serviços especializados em tratamento de dependência química, suas razões para início e manutenção do consumo são diferentes (p.ex. os homens costumam consumir com amigos e a mulher, sozinha), bem como o impacto das drogas sobre sua saúde.
Também é mais freqüente encontrarmos co-morbidade psiquiátrica (associação de transtornos psiquiátricos, principalmente Depressão, com Abuso e Síndrome de Dependência) em mulheres do que na população dependente masculina, demandando tratamento associado de ambos quadros clínicos. O organismo da mulher parece mais frágil ao impacto da cocaína, com maiores alterações hormonais, que acarretam desde produção de leite até ausência dos ciclos menstruais.
As complicações clínicas costumam ser também precoces, sendo de fundamental importância (e gravidade) a associação de gravidez com o consumo de cocaína. A cocaína atravessa rapidamente a placenta, exercendo todos os seus efeitos físicos sobre o feto (hipertensão, constrição de vasos sangüíneos), levando à falta de oxigenação e suprimento de sangue adequado. Recém-nascidos de gestantes consumidoras apresentam diversas complicações que incluem baixo peso ao nascimento, morte logo após o parto, malformações (genitais, urinárias, redução do tamanho do cérebro, entre outras), hemorragia cerebral, alterações de padrão de sono, diminuição de alimentação,