Clube da Luta | Clube da Luta é sim um filme perigoso. Mas somente para pessoas que não estão dispostas a pensar, a sair da superficialidade e explorar a avalanche de idéias que o filme proprociona.Se analisarmos este filme de maneira superficial, veremos que violência e terrorismo são maneiras corretas de se mudar algo, como a sociedade atual. Mas, se formos mais a fundo (e é isso que o filme propõe) veremos que toda a violência mostrada em Clube da Luta é resultado da demência de um único homem (assistam que vocês vão entender o que eu acabei de escrever) e que é perfeitamente justificável.Jack (Edward Norton - brilhante !) não agüenta mais sua vidinha fútil, sem significado ou grandes emoções. Tyler (Bradd Pitt, insano), um maluco anti-capitalista que gosta de resolver tudo na base da porrada, fica amigo dele. Juntos, fundam o tal Clube da Luta, um local onde homens brigam entre si para extravasar toda a fúria que suas vidas rotineiras lhes causam. Mas a coisa começa a sair fora do controle, e o que era pra ser apenas uma seção de "psicanálise dolorida" passa a se transformar numa organização terrorista, que insiste em acabar (no sentido mais geral dessa palavra) com tudo o que é relacionado ao capitalismo e ao consumismo. E é aí que Clube da Luta se mostra um filme até pacifista (sim, pacifista) pois propõe que mudanças definitivamente não são feitas com violência. TODAS as lutas que aparecem no filme têm sentido metafórico. Não estão ali pra comporem somente cenas extremamente violentas. Essas lutas existem para demonstrar o desespero em que uma pessoa pode se encontrar quando descobre que sua vida é um grande NADA, e que o sonho de ser rico, famoso e bonito não passa de um sonho mesmo. Por isso é injusto chamar esse filme de "fascista". O que o filme mostra é a necessidade de viver, de sentir algo (como dor), de perceber que a vida não é somente carros e apartamento "da hora".As mensagens anti-consumismo são mais do que claras ("Você NÃO é o seu carro...")