Clube da luta
A insônia do personagem principal, Jack[1] (Edward Norton), refletia sua angústia existencial e fez com que um médico lhe indicasse a visita de grupos de apoio que conviviam, segundo ele, com sofrimentos muito maiores. Jack, então, passou a freqüentar grupos que compartilhavam dos mais variados problemas: quanto mais terminal a doença melhor – tornou-se dependente. No final das sessões ocorriam trocas de abraços calorosas e os participantes podiam chorar sem constrangimento.
Em tais encontros Jack podia se conectar com sua tristeza e com as outras pessoas sem julgamen tos. Este contato com o a dor o fazia sentir-se melhor e mais. A necessidade de ele, um trabalhador “médio”, vivenciar alguma humanidade o transformou num “freqüentador impostor”, já que não possuía nenhuma das doenças.
Mas ainda havia a outra sensação que não tinha sido desvelada: a raiva. E a agressividade reprimida surgiu de uma maneira mais doentia. Jack construiu uma dupla personalidade; um eu que ele desconhecia, um alter ego, que de tão sufocado, surgiu à sua realidade. Pode-se dizer que ele tinha três tempos: o da sua rotina normal, como Jack; os momentos em que se relacionava com seu lado B, Tyler Durden (Brad Pitt); e o terceiro, desconectado da sua consciência, em que encarnava totalmente Tyler. Ele dormia, sem saber, 3 horas ao dia - a insônia continuava. Tyler trouxe à tona o lado animal, revoltado, sexual, poderoso, agressivo e conquistou totalmente Jack.
Tyler criou o Clube da Luta, um clube underground no qual homens se encontram para brigar: bater e apanhar. Os princípios de Tyler primavam por