Clonagem
Em humanos, clones naturais são os gêmeos idênticos que se originam da divisão de um único óvulo fertilizado. A grande revolução que a Dolly provocou abriu caminho para a possibilidade de clonagem humana. Pela primeira vez, ficou patente que era possível clonar um mamífero, isto é, produzir uma cópia geneticamente idêntica a partir de uma célula somática diferenciada. Para entendermos por que essa experiência foi surpreendente, precisamos recordar um pouco de embriologia.
Todos nós já fomos uma célula única, resultante da fusão de um óvulo com um espermatozoide. Essa primeira célula já tem, em seu núcleo, o DNA com toda a informação genética necessária para gerar um novo ser. Nas células, o DNA fica extremamente condensado e organizado em cromossomos. Com exceção das nossas células sexuais, o óvulo e o espermatozoide que têm 23 cromossomos, todas as outras células do nosso corpo têm 46 cromossomos. Em cada uma delas, existem 22 pares que são iguais nos dois sexos, os chamados autossomos, e um par de cromossomos sexuais : XX no sexo feminino e XY no sexo masculino. As células com 46 cromossomos são chamadas células somáticas.
Voltemos agora a nossa primeira célula resultante da fusão do óvulo e do espermatozoide. Logo após a fecundação, ela começa a dividir-se: uma célula em duas, duas em quatro, quatro em oito e assim por diante. Pelo menos até a fase de oito células, cada uma delas é capaz de desenvolver-se num ser humano completo. Por isso, são chamadas de totipotentes. Na fase de 8 a 16 células, as células do embrião se diferenciam em dois grupos: um grupo de células externas, que vão originar a placenta e os anexos embrionários, e uma massa de células internas que vai originar o embrião