Clonagem em Cacau
Editoria: AGRONEGÓCIOS
Data: 23/07/2012
Assunto: OUTROS |
João Dias Tavares Bisneto é um dos pioneiros no cultivo de cacau fino no país desde 2005. Mesmo desacreditado, resolveu investir nesse mercado para permanecer na atividade depois que a vassoura-de-bruxa dizimou as lavouras da família. Ele faz parte da terceira geração de produtores que aportaram no sul da Bahia em 1913.
A atividade foi iniciada por seu avô, o português Avelino Luiz Fernandes. Na fase áurea, sua família chegou a produzir cerca de 67 mil arrobas (1.005 toneladas) do produto, em 930 hectares. Hoje, em sete propriedades no sul da
Bahia, a produção é de 25 mil arrobas (375 toneladas). A safra de cacau gourmet gira em torno de 4,5 mil arrobas (67,5 toneladas), ou 20% do volume total.
"Não faço mais porque o mercado ainda está sendo desenvolvido", afirma João Tavares. Ele acredita que existam na Bahia de 15 a 20 produtores de cacau fino, mas que só quatro ou cinco estejam efetivamente comercializando a amêndoa. O custo é de 30% a 50% mais alto para se implantar o cacau fino e gourmet,mas o preço recebido pode ser mais que 100% superior ao do convencional e alcançar US$ 5,5 mil a tonelada. "Em 200 anos de história do cacau [nopaís], ninguém conseguia vender acima do preço de bolsa", diz. Segundo o produtor, o mercado de cacau especial vem crescendo aceleradamente nos últimos três anos, e ele acredita que há uma mudança de perfil dos consumidores, mais preocupados com a saúde e com produtos de valor agregado. Tavares também desenvolveu inovações no sistema produtivo, como o cocho de fermentação circular, usado no lugar do retangular e que permite uma fermentação mais homogênea. Ou a secagem em tela, que confere menor desidratação do produto mesmo a pleno sol. Seu sistema inclui, ainda, terreiros suspensos e acondicionamento da amêndoa em sacos especiais de plástico para melhorar a conservação e o sabor.
Seguindo essa receita, por dois anos