Clio E Hermes Salvo Automaticamente
Eduardo Gusmão de Quadros
Resumo: A hermenêutica percorreu um caminho tortuoso na história das Ciências Humanas. Dos primórdios teológicos, ganhou a reflexão filosófica e, então, foi aplicada aos fundamentos da metodologia histórica. Um autor que articula esses três campos é Paul Ricoeur. Esse artigo analisa o diálogo deste pensador com a historiografia.
Palavras-chave: hermenêutica, epistemologia, historiografia
WHEN CLIO FALLING LOVE TO HERMES: PAUL RICOEUR AND HISTORIOGRAPHICAL PRACTICES
Abstract: The hermeneutic traverse awkward paths in human science history. It arises theological, pass to philosophical reflections and then was applied in epistemological investigations of History. Paul Ricoeur was a thinker that joints these three areas. We analyze in this text how He dialogued with historiographical theories.
Word-keys: hermeneutic, epistemology, historiography
“As causas em história, como de resto em qualquer outro domínio, não se postulam. Investigam-se...” Marc Bloch
Com esta frase termina o manuscrito inconcluso de Marc Bloch sobre o trabalho do historiador. A ênfase no caráter investigativo do conhecimento histórico decorre de Bloch considerá-lo científico, ainda que criticasse o positivismo. A história seria uma “ciência na infância” (s.d.:19), mas uma ciência verdadeira. Todo conhecimento científico é caracterizado por seu objeto e seu método. O objeto da história, a obra de Bloch delimita logo no primeiro capitulo: “os homens no tempo” (id.:29). O método, isso é um pouco mais complicado. Uma coisa Marc Bloch diz com clareza: o modelo das ciências da natureza não precisam ser impostos às ciências humanas (id.:22). Por isso, os historiadores têm uma palavra dominando e iluminando seus estudos, o termo “compreender” (id.:125). Esta compreensão ocorre de maneira dinâmica. Do presente os pesquisadores tentam compreender o passado para conhecer melhor a seu próprio