Clarissa de Érico Veríssimo
CLARISSA
Érico Veríssimo
Lucas Pires – 29
Turma: 3E manhã
Belo Horizonte
18 de Novembro, 2014
Análise
O universo de Clarissa, dependendo do ângulo em que observamos, pode ser muito limitado ou infinitamente amplo em sugestões e promessas. Na verdade, está nas entrelinhas no estreito território da pensão da Tia Zina e sua população burguesa consumida na luta sofrida pelo ganha-pão de cada dia. Entretanto, a presença de Clarissa amplia pouco a pouco a significação desse cenário, porque a narrativa se organiza em torno de seu desdobramento psicológico, e de seu crescimento tanto intelectual quanto físico, e o que de fato interessa é a sua descoberta em relação aos seres e às coisas que a cercam. Imperceptivelmente, o autor se dissimula, quase escondendo-se num segundo plano, e deixa que a revelação do mundo observado se apresente através das surpresas, dúvidas e curiosidades que preenchem a consciência de Clarissa. Assim, fica aberto um caminho que permite a passagem da simples fotografia para o romance psicológico, de maneira que o leitor já não perceba a história como coisa "armada", sentindo-a antes como parte integrante de uma experiência vivida.
As personagens
Dentro do ambiente da pensão, são revelados tipos humanos, como:
Levinsky: judeu estudioso e defensor de suas origens;
Gamaliel: prático de farmácia, evangélico com fortes convicções religiosas;
Major Pombo: militar aposentado e solitário;
Nestor: jovem alegre e conquistador;
Barata: comerciante casado e trabalhador;
Ondina: esposa infiel;
Zezé : estudante de medicina sem vocação para o ofício;
Belmira: mulata debochada que trabalha na pensão;
Belinha: jovem (mais madura) que deseja casar-se;
D. Eufrasina: dona da pensão, mulher trabalhadora e solidária;
Couto: desempregado acomodado;
Amaro: músico sem sucesso, calado, solitário, introspectivo;
Clarissa: adolescente florescendo para a vida em meio a muitas