clarinete jazz
O clarinete foi inventado em 1700, por Johann Christian Denner, artesão de
Nuremberga, com apenas 2 chaves. Durante o século XVIII foi sujeito a várias modificações e já no século XIX são de destacar os aperfeiçoamentos de Iwan
Muller, que apresentou um clarinete de 13 chaves em 1812 e a adaptação do sistema Boehm para a flauta realizada por Hyacinthe Klosé, em 1839.
O modelo de 13 chaves, também conhecido como Albert System e seus similares, foi o mais popular no nascimento do jazz, em New Orleans, no início do século XX. Apesar de um modelo mais completo com 18 chaves existir na
Europa desde 1870, este só se tornou popular entre os clarinetistas do jazz a partir dos anos 20. As diferenças essenciais entre os dois modelos têm a ver com o timbre mais “amadeirado” dos modelos de 13 chaves, devido a terem menos orifícios, sendo as suas possibilidades técnicas menores devido à inexistência de chaves alternativas, como acontece nos modelos de 18 chaves. A digitação do instrumento antigo é inaplicável nos clarinetes modernos, mudar de um clarinete para o outro significa aprender um instrumento novo. Este aspecto influenciou claramente o papel do clarinete no jazz. Daí que ainda hoje clarinetistas como Woody Allen, que cultivam o estilo
New Orleans, utilizem o modelo antigo de 13 chaves, pois soam mais de acordo com a época.
O clarinete está para a banda militar como o violino está para a orquestra, ou seja, é o responsável pelos agudos, e devido às suas possibilidades virtuosísticas, tem uma função melódica muito importante. Estas bandas foram o primeiro emprego para muitos dos clarinetistas de jazz. Os primeiros grupos do estilo New Orleans eram uma espécie de redução das bandas militares de
John Phillip de Sousa, muito populares nos EUA e na Europa em finais do século XIX. Daí saíram o trio da secção melódica: clarinete-cornetim-trombone e ainda o sousafone para a secção rítmica.
O papel do clarinete no início do jazz