Ciências
Quando observamos a História política na América Latina, é praticamente inevitável desfazer-se da idéia de que a influência exercida pelos Estados Unidos da América na conformação de tendências e políticas governamentais foi imenso, políticas estas amplamente influenciadas pelo jogo de interesses, sejam eles interesses burgueses ou dos operários. Em meados do século XX, as repúblicas latino-americanas, no geral, passam por um processo de crise - que é fundamental pra compreender as décadas seguintes.
Vale ressaltar que a década de 1950 é um importante marco para o início desta crise - A revolução cubana em 1959 teve, para o nosso continente, o impacto metafórico de um "sopro de ar fresco". Foi a primeira revolução na América Latina a ter ido até o final e triunfado, promovendo uma grande insurreição camponesa e a uma greve geral.
Entre 1959 e 1961, Cuba viveu um período de muita turbulência política, o que incluiu até mesmo a defesa de tentativas de invasão e contenção da revolução por meio de forças militares norte-americanas (Invasão da Baía dos Porcos). Um fator agravante é que a União Soviética, grande símbolo de revolução social e implantação do modelo socialista não havia visto a Revolução Cubana com grande simpatia. Em meados da década de 1920, os soviéticos já não queriam mais pensar em revoluções. As políticas pós-Lênin, ou seja, stalinistas visavam a manutenção dostatus-quo soviético onde a "explosão" da Revolução é contida e administrada burocraticamente, numa perspectiva até mesmo conservadora.
Até que Cuba conseguisse estabelecer a solidez de sua revolução, a URSS mantinha-se como espectadora distante. Obviamente, após todos os sinais de que a Revolução enfim triunfaria, o próprio governo revolucionário cubano almejou uma aliança com a URSS, respeitando a política burocrática vigente. Este fato inclusive é considerado decisivo para o rompimento das relações de Fidel Castro com Ernesto