Marketing
O mercado de bens de consumo deu um salto no país. Estrangeiros cresceram, brasileiros surgiram. Todos eles atacaram a líder Unilever, que não cresce desde 2010.
São Paulo - Até setembro do ano passado, o assunto que dominava as conversas de corredor na subsidiária brasileira da anglo-holandesa Unilever, a segunda maior empresa de bens de consumo do mundo, era uma viagem.
Desde 2008, três vezes por ano, cerca de 50 executivos da companhia se encontravam em lugares como a praia do Forte, na Bahia, e Ubatuba, em São Paulo, para discutir como equilibrar vida pessoal e profissional e “desligar” do trabalho. (1)
No segundo semestre, havia ainda um quarto encontro, dessa vez para cerca de 300 funcionários, em cidades pequenas, como Inhaúma, no interior de Minas Gerais, e Cambará do Sul, na Serra Gaúcha. Batizadas internamente de journeys, essas reuniões costumavam se estender ao longo de três dias.
Especulava-se, então, que a parada seguinte, prevista para setembro de 2011, aconteceria em Manaus. Seria o lugar ideal para a despedida do holandês Kees Kruythoff, então presidente da Unilever — e também para dar as boas-vindas a seu substituto, o argentino Fernando Fernandez, de 45 anos.
Mas, para decepção geral, Fernandez tinha outros planos. Decidido a colocar em prática uma política de corte de custos, ele cancelou a viagem assim que se instalou na sede da companhia, em São Paulo, em 1° de setembro do ano passado. “No fundo, sabíamos que essa política de passeios, com luau e corridas na praia, não poderia durar para sempre”, diz um gerente da Unilever.
Fernandez, como se vê pela viagem cancelada, não parece ter entre seus planos se tornar o presidente mais popular da história da Unilever no Brasil (desde que assumiu, as tais journeys ficaram no passado). E talvez seja mesmo esse o tipo de executivo de que a gigante anglo-holandesa precise hoje.
Há mais de duas décadas na Unilever, Fernandez foi o primeiro latino-americano a comandar