Ciências politicas
Para a caracterologia, quase todos os tipos de caráter podem ser chefes políticos, desde que possuam a tendência essencial a que nos referimos varias vezes. Nos estudos de Le Senne, completados por Gaston Berger, deixando de parte o fator oportunidade ou ocasião, há dois tipos que fornecem, em grande parte, os chefes políticos. São os da combinação trinaria Emotivo –Ativo -Primário e Emotivo –Ativo -Secundário.
Gaston Berger oferece deles uma noção geral, que pode sempre ser alterada por outros fatores. “Chamamos emotivo aquele que se perturba quando a maior parte dos homens se comove, ou aquele que, em determinadas circunstancias, se comove mais fortemente do que é comum. Em caracterologia, a palavra ‘atividade’ não se refere ao comportamento de quem age muito, mas á disposição de agir facilmente. ’’
Resumindo a distinção entre caracteres primários e secundários, diz o autor:
O Primário submete-se ao que acontece, o secundário ao que aconteceu. Um vive para fantasia, o outro para um sistema.
Combinados os três elementos, teríamos para o tipo Emotivo- Ativo - Primários. Sociabilidade, espontaneidade. Desordem, revolta, inconstância. Necessidade de emoções. Otimistas, geralmente de bom humor. Interessam-se pela política. Valor dominante: a ação.
Os Emotivos- Ativos – Secundários são: ambiciosos, dominadores, naturalmente aptos para comandar. Amam a pátria, a família e a religião. Valor dominante: a obra a realiza.
Esses são os tipos característicos de onde provem os chefes políticos. Nesses caracteres fundamentais, a observação de todas as classes políticas revela duas espécies gerais de chefes políticos: os autoritários e os democráticos.
A distinção não se refere aos regimes políticos em que eles surgem, e sim ás condições psicológicas individuais. Por certo o chefe tipo autoritário tem seu ambiente natural nos regimes em que há pouca liberdade, e os democráticos, nos regimes liberais.