Ciência e tecnologia
1. A tese que aqui se sustenta é a de que “a ciência e a tecnologia, particularmente as novas tecnologias que viabilizam a veiculação da comunicação e da informação, assim como qualquer outro esforço humano, têm de ser limitados por restrições éticas”. Isto equivale a reconhecer que toda atividade humana sempre estará impregnada de uma dimensão moral e deve estar sujeita a restrições morais. O mal é possível; a ética busca identificar o mal e estabelecer restrições. Nem subverte a ciência e nem restringe desnecessariamente a tecnologia. Todo programa de pós-graduação se beneficiaria de Cursos obrigatórios de filosofia da ciência e de ética da ciência.
2. Na base de uma ética da tecnologia deveria estar, no mínimo, uma crítica a certos pressupostos comuns, isto é, uma a conceitos puramente mecanicistas de ciência, bem como a uma novação de criatividade ilimitada, que abarca toda e qualquer coisa, experiência ou conteúdo. A ciência e as novas tecnologias que ela disponibiliza devem ser livres e criativas, mas os limites á liberdade e à criatividade derivam do reconhecimento e do respeito à ordem racional mais ampla da realidade.Terrores e horrores ocorreram suficientemente em séculos passados para que se possa continuar a pensar que a ciência e a tecnologia não precisam se preocupar com a ética.
3. Não é, portanto, realista, a idéia de separação entre ciência, tecnologia, e ética, pois tal separação não tem respaldo na experiência que os seres humanos têm da realidade, pois os seres humanos vivenciam valores em seu contato com o mundo e a realidade que os cercam. A idéia de que os fatos são públicos e universais, e a ética privada e individual, não pode resistir a um exame crítico mais apurado, nem constituir-se no pressuposto sobre o qual se possa construir uma ética da ciência e da tecnologia de que necessitamos para sobreviver. Mas se a ciência e a tecnologia requerem estar sujeitas a restrições e