Ciência e política: duas vocações
Nesta obra, Weber separa o conceito de cientista do conceito de político, embora para ele ambos busquem estas profissões não para trabalhar, e sim para viver às custas do contribuinte, por meio do Estado. O cientista acredita que todo seu esforço e empenho nos estudos surtirão efeito positivo na sociedade, a partir do momento em que for produtivo. Dessa forma, Weber refere-se a um público específico, os jovens, que têm vocação para se dedicar à ciência por amor. Para ele, existem dois elementos que motivam a ciência: a especialização e a paixão. A especialização é o elemento decorrente da paixão, que por sua vez é algo incontrolável e totalmente irracional. O cientista sente-se atraído pelo saber e necessita de inspiração para conseguir criar alguma coisa, então se não há inspiração, consequentemente, não haverá nada de novo. A especialização passa a fazer parte desse ciclo depois da atração, pois é o elemento racional que fará o profissional desenvolver seu trabalho. O cientista que sabe o que deseja saber sente-se com o dever cumprido, mas saber o que buscou saber pode torná-lo prepotente para se dizer detentor da verdade, o que, segundo Weber, não contribuiria para a ciência na sociedade. Já no âmbito político, Weber afirma que o Estado está focado na idéia de que pessoas dominam pessoas, havendo assim três tipos de legitimação: a autoridade por meio do reconhecimento antigo – no caso dos patriarcas ou príncipes; a autoridade que conquista pelo carisma – governante eleito pelo povo; e a legalidade – cumprimento das leis criadas a partir da razão. As pessoas seguem seus líderes por acreditarem e confiarem neles. Confiança essa que envolve o controle dos bens materiais necessários para a sobrevivência da sociedade e do sistema. Há duas formas de escolher a política como vocação: viver para a política, no sentido de estar a serviço de uma causa/objetivo e ser reconhecido positivamente pelos seus feitos; ou fazer da política uma