Resenha ciência e política duas vocações max weber
Corrida de forma simples e direta, a obra “Ciência e Política: Duas Vocações”, do alemão Maximillian Carl Emil Weber, propõe uma análise sobre a política como vocação e descreve, ademais, os cenários e autores que fazem dela ora seu utensílio, ora única forma de se constituir e compreender o Estado – agrupamento político. Porém, fazer tal análise não seria, de grosso modo, inovador, mas ao ser feita sob a ótica de um sociólogo – alguém que, naquela época, estava mais interessado na relação humanista do que na econômica – fez com que tal obra virasse um clássico, ou seja, faz valer, até hoje, suas ponderações.
Este artigo se baseia na seguinte obra: WEBER, Max. Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Editora Cultrix. p. 55-124.
Para Weber, o uso legítimo da força era um instrumento normal de poder (p. 56) que o Estado dispunha para fazer valer sua política adotada. Ao lado da força vinha a violência e o território como características do Estado. Tendo essas noções, poder-se-ia fazer política – algo, aqui, como conjunto de medidas estruturadas que o Estado dispunha para governar – mesmo que esse meio não objetivasse algo lícito, ou, como o autor se referiria mais tarde, algo ruim.
Sabe-se que para ingressar em qualquer meio, deve-se, a priori, objetivar um fim. Na política não é diferente. Sob essa ótica, o autor aponta dois fins para o sujeito que procura a política como um meio: (i) ou servir a um ideal; ou (ii) buscar o poder como forma de status. Tal busca após alcançada, coloca o político e não mais o aspirante, como alguém figurado numa espécie de déspota, ou seja, um representante legalmente investido (neste exemplo, não através de castas, mas por meio de processo eleitoral) que, através de sua autoridade, domina seus súditos seja pelo medo ou pela esperança. Para essa dominação, há três princípios que o justificam, chamados de “fundamentos da legitimidade” (p.