Ciência política

Referência: BOBBIO, Noberto. O Significado Clássico e Moderno da Política, In: BOBBIO, Noberto (Coord) Curso de Introdução à Ciência Política, Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1990. p.11-21.

Política é uma palavra de origem grega, politikós, (de pólis), que significa cidade ou tudo que a ela esteja ligado. Ela foi difundida após a obra de Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) chamada “Política”.
O termo política foi empregado, por muito tempo, como um conjunto de atividades humanas coligadas às coisas do Estado. Já na idade moderna, ela passou a ser conceituada como uma ciência do Estado, exercendo um poder soberano perante as atividades de uma determinada sociedade, com o objetivo de se obter o fim desejado.
Na tradição clássica, o poder que o homem poderia exercer sobre o outro, corresponde a três principais considerações: o paterno, o despótico e o político. Para Aristóteles, esses poderes eram exercidos “ no interesse daquele em favor do qual se exerce o poder. O poder paterno exerce o poder no interesse dos filhos; o despótico, no interesse do patrão; e o político no interesse do governante e do governado” (BOBBIO, p. 12).
Mas foi nos princípios do filósofo inglês Lucke (1632-1704) que se prevaleceu os fundamentos do poder. Para ele, “o poder paterno é a natureza; o despótico, é o castigo por um delito cometido...; e o civil, é o consenso” (BOBBIO, p. 12).
Contudo, nenhum dos dois critérios permite caracterizar, de fato, o poder político, mas suas justificações sempre foram reconhecidas pelos escritores políticos.
Na política moderna, a tipologia das formas de poder é definida como um meio em que o sujeito ativo usa para condicionar o comportamento do sujeito passivo, através da posição vantajosa em que ele se encontra perante o outro. Nos meios de produção, o poder é exercido por aqueles que o possuem em relação aos que não o possuem, ou seja, dos ricos sobre os pobres. Outra forma de poder é o ideológico, comumente usado por autoridades detentoras