Civilização ocidental
Não é por acaso que a civilização ocidental seja objeto de incontáveis estudos e investigações: ela tem vivido, no decorrer dos séculos, sucessos memoráveis. De fato, se são incertos os critérios que definem o que é Oriente e o que é Ocidente neste planeta, boa parte deles diz respeito ao desenvolvimento dos países, atribuindo-se ao "lado de cá" os países com os melhores indicadores de avanços (na sociedade, na economia, na política). É claro que há exceções, mas essa regra geral não costuma falhar.
Fazendo jus inclusive à História (à ordem cronológica do surgimento e crescimento das nações), numa grande medida, "Civilização Ocidental" refere-se à Europa, à sua cultura e aos países fundados e/ou habitados majoritariamente por descendentes europeus. Por consequência, três grandes acontecimentos ou períodos históricos nascentes naquele continente definem a filosofia e a cosmovisão ocidentais: o Renascimento, a Reforma Protestante e o Iluminismo. De forma essencial, também é definidora da civilização ocidental a doutrina cristã, refletida não só na práxis religiosa, como também na cultural e política, especialmente através da Doutrina Social da Igreja (Católica) e da Doutrina Reformada Protestante. Esta última foi, inclusive, alvo da investigação fundadora da sociologia, livro do século passado que é muito apreciado em todo o Ocidente: "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", do protestante Max Weber.
O filósofo Francisco Razzo, formado pela Faculdade do Mosteiro de São Bento e mestre pela PUC, escreve que o discurso de Paulo, o apóstolo cristão, perante os filósofos estoicos e epicureus, no Aerópago, em Atenas, registrado na Bíblia em Atos 17.16-34, "é basicamente o evento fundador do Ocidente". Thomas E. Woods Jr., historiador doutorado pela Universidade de Columbia, propõe em seu livro "Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental" (ed. Quadrante) que a ciência só pôde se desenvolver amparada por uma mentalidade