O lugar da música na civilização ocidental

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Reflexões: O lugar da Música na civilização ocidental.

I.Introdução: A Grécia Clássica; o Apolíneo e o Dionisíaco na música.
O pensamento musical grego esta presente em grande parte do inconsciente coletivo ocidental. Sua base técnica foi formulada, principalmente, pelos estudos de Pitágoras, que descobriu a importância das relações matemáticas na música, e que a música, em si, não deixava de ser fundamentada sob relações numérico-intervalares. Ao mesmo tempo, investiu num caráter místico dessas relações, em analogia as esferas celestes: A Harmonia das esferas, a música inteligível do Cosmos.
Damón chama a atenção para a questão do Ethos (Ética) dos modos musicais, cada um correspondendo a uma região diferente de atuação, bem como diferentes estímulos de comportamento no ouvinte, representados pelo antagonismo básico: Apolíneo e Dionisíaco.

Apolo, deus grego da Música, representava o comportamento equilibrado, o ideal de cidadão da pólis, e sua música característica exaltava esse caráter de Ordem, de disciplina do bom cidadão. Dionísio, deus grego do Prazer, representava, pelo contrário: o comportamento instintivo, desequilibrado, e sua música exaltava a festa, a orgia, a Desordem, tudo o que a visão político-pedagógica de Platão e Aristóteles censurava para o “bem andar” da pólis.
Platão, influenciado pelas idéias pitagóricas, acreditava que Música atuava como metáfora da sociedade, representação, simulacro. Defendia a imposição de um padrão musical como parte de um projeto político, que utilizava a música e a ginástica para a formação do cidadão. A ginástica fortalecendo seu autodomínio, sua disciplina, e a música aproximando-o da filosofia, através do Belo. Logicamente, a música “apropriada” para Platão é a Apolínea, com sua ordem e harmonia. Identificada como pertencente aos cultos dos escravos, a música Dionisíaca, com seu predomínio do pulso sobre as alturas vai sendo abolida, num processo que a deixará aprisionada pela música das alturas durante

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