Civilização material, economia e capitalismo
Autor: Fernand Braudel, São Paulo
Martins Fontes, 1996, P. 07-13, 199 - 216
Por: Amanda Stéfani Sousa de Almeida Entre “vida material” ( no sentido de economia muito elementar ) e vida econômica, a superfície de contato, que não é contínua, materializa-se em milhares de pontos modestos, feiras, bancas, lojas... [Braudel, 1996, p. 7] Que as regas da economia de mercado que se encontram em certos níveis, tais como descreve a economia clássica, atuam muito mais raramente sob o seu aspecto de livre concorrência na zona superior, que é a dos cálculos e da especulação. [Braudel, 1996, p. 8 ] A economia a primeira vista, consiste em duas enormes zonas: a produção e o consumo. Mas entre esses dois universos se insinua um terceiro: a troca, ou se preferir, a economia de mercado – imperfeita, descontínua, mas já coerciva durante os séculos. [Braudel, 1996, p. 11] Enfim, a produção é a divisão do trabalho e, portanto, obrigatoriamente, a condenação dos homens à troca. (...) O mercado é uma libertação, uma abertura, o acesso a outro mundo. É vir a tona. A atividade dos homens, os excedentes que eles trocam passam aos poucos por essa brecha estreita com tanta dificuldade (...). [Braudel, 1996, p. 12 ] De qualquer maneira, a precaução é ilusória. Põe-se ao capitalismo porta afora, ele entra pela janela. Porque há, quer queira quer não, mesmo na época pré-industrial, uma atividade econômica que evoca irresistivelmente a palavra e não aceita nenhuma outra. [Braudel, 1996, p. 199] (...) é na circulação que o capitalismo se sente mais em casa. Ainda que a circulação não é o interesse em sua totalidade, uma vez que controla, que procura controlar, apenas alguns de seus caminhos. [Braudel, 1996, p. 200] Pouco a pouco, a palavra (capital) tende a significar o capital dinheiro de uma sociedade ou de um mercador (...). [Braudel, 1996, p.