Circulação sanguínea - aspectos biofísicos
O coração humano possui quatro cavidades internas, vulgarmente chamadas de câmaras cardíacas. As duas câmaras superiores são os átrios e as duas câmaras inferiores são os ventrículos. Os ventrículos possuem uma parede bem mais espessa e musculosa que a dos átrios. Essa diferença pode ser explicada pela função que essas câmaras exercem na circulação sanguínea: enquanto cada átrio bombeia sangue apenas para o ventrículo imediatamente abaixo dele, o ventrículo direito bombeia sangue para os pulmões, e o esquerdo, para todas as partes do corpo. Nossa circulação é “dupla”, sendo o trajeto “coração → pulmões → coração” denominado circulação pulmonar (ou pequena circulação) e o trajeto “coração → sistemas corporais → coração” denominado circulação sistêmica (ou grande circulação).
Pressão sanguínea
Não há circulação, quer dizer, não há movimento do sangue se não houver uma diferença de pressão entre dois pontos. Diz a Lei das Pressões da cardiologia que a pressão, por exemplo, na grande circulação, é máxima na aorta, decai bruscamente ao nível dos capilares e continua a diminuir progressivamente nas veias até atingir valores próximos de zero nas aurículas.
Pressão = Débito x Resistência
Existem dois regimes circulatórios com condições hemodinâmicas diferentes em relação à pressão arterial, nomeadamente a grande e pequena circulação. A grande circulação possui um comprimento maior, o que justifica um aumento da resistência. Pois a resistência depende do comprimento, mas também da área de um vaso. Como se pode ver pela fórmula, a resistência aumenta com o aumento do comprimento e com a diminuição da área de secção transversal do vaso. Então, na grande circulação, há maior resistência porque o circuito é maior em comprimento e porque a área de seção da artéria aorta é menor do que a da artéria