O desejo de singú
Na terra da Ginofobia vivia um gigante, carrancudo, gordo e sem cabelo. Todos os habitantes mal o viam fugiam “a sete pés”. Não sabiam que por trás daquele aspeto horrendo vivia um bom coração.
Um dia Singú, o gigante, sentou-se à beira do rio apreciando a paisagem. Viu umas coisinhas a rabiar dentro de água e achou piada. Sem perceber o que eram meteu a mão na água e agarrou um. Entre os seus grandes dedos estava Pipo, um peixe azul que disse aflito:
- Oh não me comas por favor… Tenho filhinhos para cuidar. Tem piedade de mim!
O gigante que nada devia à inteligência disse:
- O que és tu? Tens uma pele escorregadia… és um bocadinho nojento!
- Sou um peixe! Não sabes?! Não costumas comer peixes?! – disse Pipo.
- Eu?! Comer peixes?! Nada disso, eu sou vegetariano! – afirmou o gigante.
- Graças a Deus! – disse o peixe aliviado – Larga-me então que tenho de ir tratar da minha família. Sabes a minha mulher é a Pipa e temos dois filhinhos: o Pimpão e a Pimpinha.
O gigante ficou pensativo enquanto voltava a colocar Pipo no rio e o via junto da sua família. Também ele gostava de ter uma família. Encostou-se a umas árvores e acabou por adormecer. Enquanto sonhava que era um peixe como o que tinha conhecido e construía as suas coisas para proteger a sua família começou a sentir cócegas no nariz e acabou por acordar com a comichão. Viu uma coisita a voar que nem era uma menina em miniatura nem era uma borboleta. Então perguntou-lhe:
- Quem és tu? O que fazes aqui?
- Eu sou a Gibi, a fada, e vivo na Ginofobia para compensar as boas ações dos habitantes da nossa terra. – disse.
- E o que é compensar? – perguntou Singú. - É quando ajudamos alguém sem interesse para nós. Quando te vi com o peixe do rio na mão pensei que o comerias, largarias ou simplesmente o esborrachasses sem problemas. Mas não, ouviste a sua história e cuidadosamente devolveste-o onde pertence, por isso mereces uma compensação. O que gostavas de ter? – disse Gibi.
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