Circuito fechado
A sociedade escravista no Brasil
O propósito desse artigo não consiste em um levantamento global sistemático de todas essas diferenciações, ocorridas de modo simultâneo, no espaço, ou de modo sucessivo, no tempo.
A reflexão sociológica concebida dessa maneira converte-se numa espécie de historia interpretativa de longa duração. O autor declara que o artigo descrito e pouco diante de tantas informações, no entanto ele diz que tenta abrir uma perspectiva correta e frutífera.
Os estudiosos da escravidão têm encarado suas relações com o capitalismo das perspectivas da sociedade metropolitanas. Na verdade o capitalismo nasceu lá em particular não só nas sociedades metropolitanas em geral, mas naquelas que podiam preencher hegemonia através do poderio político-militar e financeiro-comercial. A escravidão que aparecia de modo visível como o principal esteio de perpetuação de tudo que era colonial e senhorial representando assim a consolidação e a irradiação do que era capitalismo e moderno. Ao mesmo tempo, através do caráter mercantil da escravidão, o capital mercantil penetrava as formas de produção pré-capitalista a que ela se associava. É por essa razão que Marx sublinhava que a plantação, nos Estados Unidos, nada tinha de patriarcal.
A escravidão no Brasil se consolidou como uma experiência de longa duração que marcou diversos aspectos da cultura e da sociedade brasileira. Mais que uma simples relação de trabalho, a existência da mão de obra escrava africana fixou um conjunto de valores da sociedade brasileira em relação ao trabalho, aos homens e às instituições. Nessa trajetória podemos ver a ocorrência do problema do preconceito racial e social no decorrer de nossa história.
No mundo do trabalho, a escravidão fez com que o trabalho se tornasse uma atividade inferior dentro da sociedade da época. O trabalho braçal era visto como algo destinado ao negro. Mesmo grande parte da mão de obra sendo empregadas em atividades que