Cinema
Especialização em Artes Visuais: Cultura e Criação
Thiago Santos de Assis
Niterói, RJ – 17 de Maio de 2012
Realismo e Experimentação no Cinema
Inventado em 1895 pelos irmãos Lumière, o cinema – que na época de sua criação era conhecido como cinematógrafo – passou por diferentes pesquisas ópticas na busca do domínio e manipulação das imagens em movimento. Transformando para sempre o mundo das artes, incorporando recursos, signos e linguagens das expressões artísticas que o antecederam. Porém, o cinema não pode ser simplesmente entendido como a convergência de formas tais como o teatro e o romance, embora eles tivessem contribuído em sua criação. Ele deve ser visto como uma parte vital da cultura urbana, que acompanhou as transformações políticas, sociais, econômicas e culturais da época, uma forma de representação que foi além da fotografia, encenando movimentos reais, embora nunca pudessem ser e ainda hoje não o são, mais do que a sequencia de fotogramas fixos.
Abaixo, segue a análise da tensão provocada entre o realismo e a experimentação nos filmes dos Irmãos Lumière (A chegada do trem na estação de Ciorat, 1895) e de Dziga Vertov (Um homem com uma câmera, 1929), atentando para os aspectos associados ao naturalismo realista e os aspectos associados à produção experimental em cada obra:
Irmãos Lumière / A chegada do trem na estação de Ciorat, 1895 (Bloco Movimento) – Em 1895, os irmãos Auguste e Louis Lumière exibiram no Salon Indien du Grand Café em Paris, o que viria ser o primeiro filme da história, um marco para o nascimento do que hoje é uma das mais conhecidas formas de expressão da humanidade. Pelo seu ineditismo, o próprio filme pode ser considerado uma produção experimental, pois vai além da imagem estática da fotografia e da perspectiva unilateral do teatro. Em contrapartida, a imagem projetada do trem chegando à estação de Coirat, torna-se também mimese da realidade, mesmo sendo em preto e branco e sem som, pois replica