Cinema
O cinema brasileiro no divã: congressos, comissões e grupos de trabalho
A partir da segunda metade dos anos 1950, a oposição às ambiciosas pretensões de estabelecer no país o modelo industrial importado de Hollywood tornou-se aguda e, simultaneamente, emergiu de forma mais clara e sistemática a tentativa de criar um cinema mais independente, tanto do ponto de vista comercial como do estético.
O modelo industrial baseado nos pressupostos hollywoodianos, ao contrário do que se pensou durante as três décadas anteriores, mostrou-se insuficiente para assegurar a consolidação da atividade cinematográfica no país, que, pelo contrário, continuou dominada pelo filme norte-americano.
Inicia-se uma fase rica em propostas, conflitos de ideias e realizações que influenciaram decisivamente, entre outros aspectos, as débeis relações entre o cinema brasileiro e o Estado.
Anos 1950 e 1960: passagem dos projetos industriais, notadamente a Vera Cruz, ou de comédia popular (típica da Atlântida), para uma postura mais agressiva de diretores, produtores e intelectuais, nitidamente presente no Cinema Novo e Cinema Marginal.
Cinema Novo e Cinema Marginal: manifestaram essa consciência crítica e a condição de subdesenvolvimento do país.
Realização de congressos e formação de comissões e grupos de estudos (Comissão Federal de Cinema (1956) e Grupo de Estudos da Industria Cinematográfica (1958)) com o objetivo de pensar e elaborar propostas e dinamizar as atividades cinematográficas no país.
Tanto os princípios nacionalistas, característicos do governo Vargas, como o modelo desenvolvimentista colocado em prática pelo governo de Juscelino Kubitscheck exerceram forte influência nos debates sobre a situação do cinema nacional.
Criação de Comissões de Cinema
Ao contrários dos diretores da Vera Cruz, a nova geração que discutia o cinema brasileiro defendeu a tese segundo a qual para construir um cinema nacional fazia-se necessário