Cinema e Ideologia
"Ideologia: um mascaramento da realidade social que permite a legitimação da exploração e da dominação. Por intermédio dela, tomamos o falso por verdadeiro, o injusto por justo(...)"
CHAUÍ, Marilena. O que é Ideologia?
Segundo Marilena, "(...) os homens produzem idéias ou representações pelas quais procuram explicar e compreender sua própria vida individual, social, suas relações com a natureza e com o sobrenatural. Essas idéias ou representações no entanto, tenderão a esconder dos homens o modo real como suas relações sociais foram produzidas e a origem das formas sociais de exploração econômica e de dominação política.". Para ela, é justamente esse ocultamento da realidade social que podemos chamar de Ideologia. Através dela, "os homens legitimam as condições sociais de exploração e de dominação fazendo com que pareçam verdadeiras e justas".
O cinema como meio propagador de idéias políticas, econômicas e sociais, torna-se então, um veículo eficaz no "doutrinamento" das massas e consolidação de ideologias. Graeme Turner nos diz que nós "nos identificamos com" ou vemos a nós mesmos na tela. Para Metz, "a natureza do ato de ir a uma sala de projeção é tal que o próprio aparato do cinema nos convida à identificação. (...)Quando é recebida como perspectiva de visão numa série de imagens projetadas, a câmera torna-se um substituto dos olhos". Segundo ele, mesmo que a câmera mostre uma série de imagens do ponto de vista da personagem do filme, ela geralmente toma a perspectiva da autoridade narradora, que identificamos como sendo o do público, ou seja, o de nós mesmos. Graeme Turner ainda nos diz que, nos identificamos com todos os personagens em vários pontos da narrativa, uma consequência de vermos a tela do cinema como se fosse uma extensão de nossas vidas reais, ou seja um "espelho de nós mesmos e do nosso mundo".
Citaremos aqui suscintamente três exemplos de uso do cinema como propagador de ideologias. Falaremos sobre o