Cine debate
O Sorriso de Mona Lisa (EUA – 2003)
Há algumas passagens e/ou personagens no filme que são interessantes de comentar:
Este filme conta a história de uma professora que, na virada do ano de 1953 para o ano de 1954, se muda para o estado norte-americano de New England, a fim de lecionar no renomado e tradicional colégio Wellesley.
A instituição, uma das mais conceituadas da época, em meio a uma sociedade altamente tradicional que recebe as mais brilhantes jovens dos Estados Unidos. Entretanto seu método de ensino estava voltado para a formação de moças a fim de que se tornem esposas cultas e boas mães e que viessem a respeitar os padrões de honra e moralidade impostas naquele tempo. Às mulheres não era permitido expressarem seus sentimentos, suas ideias, muitos menos discutirem assuntos que pudessem contrariar os preceitos criados e replicados de geração em geração.
Buscando a excelência do corpo discente em questão, a professora recém-graduada Katherine Ann Watson, ingressa no corpo docente de Wellesley com o curso de História da Arte e dá início a um movimento considerado subversivo para os padrões da época, quando coloca em xeque o papel da mulher na sociedade com sua posição de instigar a ruptura dos padrões tradicionais de educação, de questionar o conservadorismo americano, e o papel submisso da mulher.
O filme começa com o início do ano letivo e com o seguinte ritual de boas vindas: “Quem bate à porta do saber? Eu sou todas as mulheres. O que você busca? Despertar o meu espírito por meio de muito trabalho e dedicar minha vida ao conhecimento...”. Fala que retrata o tradicionalismo na situação, mas que mascar o real método de ensino. O ponto marcante no enredo do filme é a discussão do papel da mulher na sociedade norte-americana, em um contexto que reúne as consequências imediatas da Segunda Guerra Mundial na vida feminina e, ao mesmo tempo, o embate entre o movimento feminista e o modelo social dos Estados Unidos na época.